Cabelos Brancos Névoa
Como é difícil não mais poder ver
Aqueles teus cabelos brancos névoa...
Aqueles teus olhos dizendo
“Cuida que eu te bato de varinha!”
Misturado com os mesmos olhos dizendo
“Eu te amo.”
Como é difícil aceitar, entender
A idéia de um “outro plano”
(Feliz em saber que EXISTE, ao menos!).
Sim, porque as nossas vidas
Misturadas com o teu “outro plano”
São vidas desgovernadas,
São vidas em rota de colisão
Das lembranças mais lindas...
Como é difícil escrever o que sinto...
Porque... Faltam os olhos focados...
Falta o coração sintonizado...
Porque os olhos estão embaçados
Porque o coração está fora de freqüência...
O coração... Ah, o coração
Como é difícil falar do coração
Sem falar de ti.
E de ti,
Sem o coração...
Tudo se mistura feito carne e unha
E as lágrimas vêm a todo vapor
Feito trem-bala desgovernado
Falando ou lembrando
Das coisas ruins ou boas
(As lágrimas vindas do coração não destingem muito bem isso...)...
Ah, como é difícil...
Já se passaram 30 horas...
Assim vamos ficar por muito tempo:
Contando datas...
Lembrando corações...
Soltando lágrimas...
Aqueles teus cabelos brancos névoa...
Ah, como é difícil...
“Mãe, eu te amo.
E é bem bastante...”
Passarão datas e datas
E nunca esqueceremos...
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(Homenagem à minha avó, Otília – em memória - Saudades sempre...)