Cabelos Brancos Névoa

Como é difícil não mais poder ver

Aqueles teus cabelos brancos névoa...

Aqueles teus olhos dizendo

“Cuida que eu te bato de varinha!”

Misturado com os mesmos olhos dizendo

“Eu te amo.”

Como é difícil aceitar, entender

A idéia de um “outro plano”

(Feliz em saber que EXISTE, ao menos!).

Sim, porque as nossas vidas

Misturadas com o teu “outro plano”

São vidas desgovernadas,

São vidas em rota de colisão

Das lembranças mais lindas...

Como é difícil escrever o que sinto...

Porque... Faltam os olhos focados...

Falta o coração sintonizado...

Porque os olhos estão embaçados

Porque o coração está fora de freqüência...

O coração... Ah, o coração

Como é difícil falar do coração

Sem falar de ti.

E de ti,

Sem o coração...

Tudo se mistura feito carne e unha

E as lágrimas vêm a todo vapor

Feito trem-bala desgovernado

Falando ou lembrando

Das coisas ruins ou boas

(As lágrimas vindas do coração não destingem muito bem isso...)...

Ah, como é difícil...

Já se passaram 30 horas...

Assim vamos ficar por muito tempo:

Contando datas...

Lembrando corações...

Soltando lágrimas...

Aqueles teus cabelos brancos névoa...

Ah, como é difícil...

“Mãe, eu te amo.

E é bem bastante...”

Passarão datas e datas

E nunca esqueceremos...

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(Homenagem à minha avó, Otília – em memória - Saudades sempre...)

PoeTa DaHLua
Enviado por PoeTa DaHLua em 19/10/2012
Reeditado em 06/11/2012
Código do texto: T3941938
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