Saudades enraizadas.

A saudade que mora no meu peito,

Vem destes encontros e despedidas,

Como as águas que fogem do leito,

Escorrem no rosto lágrimas sofridas.

Enquanto a cabeça num breu se faz

Como numa noite a falta de energia,

Vivo o insucesso da procura incapaz,

Abraçado à esperança do que se cria.

Entrego-me nos braços da saudade,

Para recriar sua presença querida,

Mas sempre acordo na realidade,

Ao som do gotejar de rimas sofridas.

Mas se dentro de mim ela se forma,

Como uma placa de dor pungente,

Então me resta ficar na plataforma,

Longa espera do encontro veemente.

Então cada trem que chega à estação,

transporta este meu sonho eloquente,

Que se perde na fumaça da desilusão,

Ao ver partir outro trem lentamente.

Toninho.

Nós os mineiros temos sempre um trem apitando no coração.

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 01/12/2012
Código do texto: T4014480
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