Aquele tempo...

O tempo é um grão de areia nas mãos da criança,

Que brinca, se suja, mais que o aperta forte para não fugir.

Na lambança toda, sempre alguém o diz:

- Essa sujeira faz mal!

E as mãozinhas vão lentamente se abrindo e um a um eles vão esvaindo.

E à medida que se cresce os espaços entre os dedos aumentam

Fazendo aqueles pequenos grânulos derramarem em bicas,

Até não restar nada mais, nem um pouco de pó que seja.

Que saudades daquela sujeira toda...