POEMAS DE ANGOLA - " Eu, O Pensamento, A Rima!..."


De: Silvino Potêncio - `A beira do Cambongo… (**)

À beira do “cambongo” assentado,
Estava ali tão desolado, e sem consolação…
Este ilustre emigrante, só mais tarde “Retornado”
O criador tão imberbe da mais célebre canção!

E no calor da tal terra tão carente,
Começou ele a gritar p’ra toda a gente…
Grande Olá Vi Lá Morena,
Junto desta, a minha terra é bem pequena!

Terra da felicidade, onde eu morro de vontade…
De voltar à minha aldeia tão formosa,
- que mais parece um raio di amante preciosa!

De terra mãe, com xaile preto de saudade…
Por muito tempo inda verás o fogo ardente,
- que me queima a Alma das entranhas desta gente!

(in: Poesias Soltas: Silvino Potencio/Ago/2009)

(**) Este Rio atravessa a Provincia do Cuanza Sul e desagua logo abaixo da cidade de então NOVO REDONDO (Hoje Sumbe) e  este poema eu o fiz em homenagem a "Zeca Afonso" que ali passou e viveu um ano quando criança!
- Por mera coincidência, a minha única ida a NOVO REDONDO, sózinho, foi quando cheguei a Vila Nova do Seles e eu passei um dia de fome e medo!...
Tinha apenas uns 15 anos, recém chegado do "Puto". O meu Patrão em Vila Nova do Seles me mandou lá fazer um trabalho.
Passei umas 24 horas só com um maço de cigarros e nem água!...
Eu tinha vindo de Portrugal apenas uns meses antes, e ali estava eu no cruzamento da picada do Dinguir à espera de alguma Boleia para voltar ao Seles...no mesmo dia. Tinha saído de casa em jejum e só já à tarde é que veio uma camioneta que ia para o Seles  mas enfim! - Algum dia vos contarei essa história com mais detalhes!

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 23/12/2012
Reeditado em 25/03/2017
Código do texto: T4050036
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