Borboletas de metal

Não se ouve mais o bater das asas...

Hoje, aqui tudo se tornou pesado,

Frio como esse outono que se anuncia.

A alegria é tão passageira quanto o vento que levanta meu vestido,

Ela me vem por baixo, sorrateira, breve,

bagunça tudo por aqui e se vai.

Dia desses pensei ter sentido um reboliço em meu estômago,

Talvez seja apenas impressão.

Os seres que aqui habitavam foram se tornando frios e tristes...

Assim como os olhos e o peito meu.

Tomados de saudade, acabaram por enrijecer,

Descolaram-me os ossos, as vísceras, mas congelaram-me o coração.

Aqui dentro não se ouve mais o bater de asas, a festa,

Que era tão boa de se sentir...

Hoje as borboletas de meu estômago pouco se movem,

pouco sabem, pouco existem.

Nandi Ferreira
Enviado por Nandi Ferreira em 18/03/2013
Reeditado em 18/03/2013
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