O passado que passou e foi tarde
Fita uma rota, faz uma bola
amassa, arremete, amarrota.
Na lixeira dos olhos no mundo
vendo tudo e uma untuosa esmola
que pelos dedos escorre.
Conformismo e coração rejeitado
condomínio de um domínio absoluto.
Há coisas especiais que se ama e preza.
Há verdades, há reles coitados.
Já foi, é ou será cedo
assumindo tal culpa, nesse sol nascendo.
Admito: estou envergonhado
e avermelhado com tamanha beleza.
As pegadas são honestas
prolixas, mas reais.
Nas folias que me aceitei de palhaço
no meu coração ficaram dois traços
um xis de açúcar e sal.
Enfim, já foi o passado
ficou a lembrança
das derrotas e talhas
distintas batalhas
lapidando o brilhante
da paixão como herança.
André Anlub®
(28/05/13)
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