OUTONO DA MINHA VIDA.



A casa da minha infancia ,amorosa e tão cheia de mim,
Onde eu insisto em devaneios, vou tecendo lembranças,
Hoje me mostra que não há tréguas para o tempo,
E vai me aquecendo por inteira. Mesmo não sendo criança.

Lá onde árvores escondem caminhos; folhas pelo chão,
E o canto que vem da mata trago guardado no peito,
Que embalou meus sonhos naquele tempo risonho,
Como o som do mar a quebrar nas filas dos coqueiros.

Tanta melancolia assim me invade como saudade,
De outros outonos plenos de luz ,vida em flor,
Um principe encantado que roubou meu coração ,
Quando irriguei com lágrimas o canteiro do meu amor.

Pensamentos que navegam entre as nuvens do ceu,
No meu recanto navego em solidão como a passear,
Presente, passado, frutos passageiros , é ilusão,
Mocidade ;espaço de quimeras. Outono da vida; é meu lar.

SALVADOR 20//12//2012.
DOCE VAL.