Vida incerta, um fim tão certo

Espero a noite cair,

Como uma pluma, mal dá pra sentir

Aí meu coração aquece

Se afoga, se farta das nossas lembranças,

Empoeiradas, mas nunca morrem, enquanto uma leve sensação

De algum sentimento tão bom

Se instala entre nós, e aos poucos padece,

Realmente como um sopro de vida...

Talvez seja assim mesmo,

As coisas boas foram feitas para durar um sopro...

Talvez seja isso que as torna especiais

E nos faz valorizá-las mais...

Mesmo assim, eu ainda guardo mágoas desse tempo

Que me deixou ao relento

Num escuro vazio,

Levando tudo de nós, arrastando com o vento,

Fragmentos de felicidade, lembranças; poeira...

Abandonada, num tempo perdido

Com saudade de tudo que vi

Sem a mínima vontade de abandonar nada,

Mas com uma imensa saudade de tanto que nunca vivi,

Do que acabou antes de começar...

O que é bom vai embora, tão cedo...

Mas se tudo nessa vida é sempre tão incerto, por que esse fim,

Justo esse fim,

Tinha que ser tão certo?...

Minha esperança é que ao menos

Nessa vida incerta

Desperte uma piedade desde fim tão certo

Que não seja nunca um Adeus concreto

Um "Até mais", quem sabe

Não importa o tempo que demore, mas que seja certo

E que esteja, o quanto puder

O mais perto possível

Dos meus braços, ansiosos por te envolver...

*Dedicado aos amigos do 1º ano do Ensino Médio. Ouvindo" One last breath" (Creed)

Rio, 19 de outubro de 2013.

Demetria
Enviado por Demetria em 20/10/2013
Código do texto: T4533802
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