Mãe para Sempre

Mãe para Sempre

O que tenho a dizer, mãe?

Que és para mim como fogo que incendeia?

Água corrente, torrente, insistente?

Completas-me a mim, em tudo, o és

Que direi desse teu rostinho cansado?

Dessa pelezinha fina, da cor escura?

Cabelos que de tão negros já foram

Ficaram assim esbranquiçados pelo tempo

Queria eu de Deus saber, por que foste tão cedinho?

Porque ainda não tomei do teu café hoje, mãe

Aquele presente não deu tempo de comprar

E o franguinho na panela não deu pra cozinhar

És tão bela, tão perfeita, tão adorável

Que quis o Papai Celeste te levar daqui

Levou-a para Si, mas como pode ser isso?

Eu fiquei só, sem você nada faz sentido

Sei que todo mundo morre, acontece

Nascemos e um dia vamos embora, assim, de repente

Mas você foi cedinho, muito cedinho, mamãe

E eu fiquei aqui, na orfandade

Foste para o Pai, mamãe

Estás a descansar seus bracinhos, perninhas

As mãos mais belas deste mundo

Que tanta roupa lavou, tanta comida cozinhou

Posso envelhecer, passarem-se tempos

Nunca vou te esquecer, minha amada mamãe

Sigo eu aqui minha sina, cumprindo minha missão

Cuidado dos teus netos, da minha vida

Para que um dia, não sei quando

Vou revê-la de novo, jovem, bela, sã

Para nunca mais, de ti me separar

Paulo Farias
Enviado por Paulo Farias em 28/10/2013
Código do texto: T4545741
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