Novo romance
Ouve, por favor, os meus chamados
Atenta-te ao som da minha voz
Que lhe faltem as tristezas do passado
E que sobrem os carinhos numa foz.
Escuras e confusas, nos têm sido as lembranças
Mortais, irrefreáveis, têm-se feito os receios
Ofuscadas (pois, alheias), têm dormido as esperanças
Queimam-me as lágrimas – em comboio, em rateio.
Embora turva tenha se afigurado nossa estrada,
E, lamacentas, se tornado nossas águas,
Só te peço, meu amor, a nossa derradeira chance.
Embora súplicas e versos nos tenham revestido a sala
(Meus lamentos), Minhas dores sendo a ti endereçadas,
Só te peço, meu amor, repaginemos um romance.