Bairro das Olarias (Cecitonio Coelho)
Recomeçar como tijolo queimado
Querendo sua forma de água areia e barro cru
Ser levado como forma que dá câimbra
Descansa o braço já no fim da tarde
Ter sede corpo e sol n'um desejo de secar moringa
Banho de rio, jacaré e fogueira
Olaria da coruja e da caieira
Levanta cedo, tem café lá no fogão à lenha
Lá na mata micos, "p'reás" e gente
Muita cana caiana, bananeiras, goiabas e cobras
No rumo da proa, cuia tira água da canoa
Pega a corda e tira a mandioca, mula na carroça tem
Tem farpado na porteira tem
Tem farpado na porteira
É o bairro das olarias, a verde gameleira
Urtigas e "braquiaras", cansanção e boi bravo
Descendo a ladeira do porto, mata-burro da jaqueira
No pasto o caminho da roça pro oleiro passar
O burro "empacô", não quer mais saber de sofrer
Melhor vender esse animal inteligente, que faz a gente aprender
Rita, Ana, Madalena, Datan, Diogo, Valdir, Jorge, Ada, Pitá e Toninho
Porto, minha cidade; São Mateus
Kiri kerê, cricaré meu rio