MÃE
MÃE
E então o céu se abriu,
Já não eram mais avenidas sem brio,
Era um oásis de esperança...
E de repente no ar floriu,
Uma alegria e uma festança
A guarida de um olhar de graça,
Era festa, era a infância,
Dos dias idos aos leitos dos risos
Das alegrias plenas, do colo de minha heroína,
Minha mãe, eu queria ainda ser menina
E ganhar um puxão de orelhas...
Pois saberia que ainda a tinha,
Assim, perto da inocência,
Eu era feliz e não sabia,
Tu eras minha rainha...
Mas, agora,
A amoreira chora,
A rosa se despedaça,
Só o vento na vidraça,
E a espera...
De abrir minha poesia,
E cantar todos os dias,
Aos ares, quem eras...
A mais bela flor do meu jardim,
A primavera,
Que se reservou a um estado de repouso...
Um dia,
Meus olhos recuperarão o gozo...
De te abraçar, e serás novamente,
Minha!
Marisa Zenatte