Alma Viajante
Insubmissa memória
atravessas tempos
do tempo inútil
celebrando quotidianos
impregnados de silêncio.
Na monotonia dos outubros
caminhas «insolidões»
no meio
no meio de tanta solidão
mal fingida
confundida no «nosso pensar-sentir»
Memória fragmentada
decifras sonhos
em gulosa nitidez
de beijos
roubados ás madrugadas aldeagas
Dissimulas
nós de angústia
descendo pelo cordão umbilical
que une a guitarra ao quissange
Fado
eterno ou precário
redescoberto na dor que dói
Sorte ou desgraça
mágica catarsia
de todos os rios
que fazem
a geografia do amor
Manuel C. Amor
Maio 2007