Homenagem à minha inesquecível amiga Lucidalva. Professoara assassinada pelo esposo dia 11 de Setembro em Guanambi-Ba.

Em 25 de maio de 1974,

Lá pelas “beradas” da Serra.

Uma cegonha assustada,

Pousou às pressas na terra.

Trazendo em sua bagagem,

Uma soldadinha de guerra!

“Magrela feito um fiapo”

Esperta igual a um esquilo.

A cegonha coitadinha,

Nunca havia visto aquilo.

Uma criança tão “arrebitada”,

Saltitante feito um grilo.

Com um nome apropriado,(Luz D’alva)

Veio provar que era forte.

Criando sua própria doutrina,

De não depender só da sorte.

Viver com fome de vida,

Sem temer nem mesmo a morte.

Desde pequena era arteira,

Ninguém lhe tirava proveito,

“Falava até pelos cotovelos”,

Mas sempre atenta ao respeito.

Ensinando com a própria vida,

A olhar além dos defeitos.

Era comum em seu tempo,

Desenhar o próprio vestuário.

Aprendeu desde pequena,

Sorrir do próprio calvário.

Como uma menina “maluquinha”

No seu mundo imaginário.

Fruto da simplicidade,

Escolheu ser estudante.

Apelidava aos coleguinhas,

Feito uma criança implicante.

Fazia-nos de gato e sapatos,

De uma forma eletrizante.

Cresceu com uma leveza invejável,

Nativa do mato, como um beija-flor.

Batia suas asas na busca de espaço.

Levando sonho de um vencedor.

Ou desviando das pedradas,

E semeando o néctar do amor.

Foi assim até repousar,

Nos galhos gigantes dos braços do pai.

Deixando a certeza em nós,

Que sua alegria com consigo não vai.

O que plantou certamente nascerá.

Feito uma floresta, florida de paz!

E nos últimos vinte anos,

Fez dos sonhos o seu castelo.

Pintando e bordando a própria história,

Com traços em verde e amarelo.

Perante classes, plantando!

Sonhos fantásticos e belos!

Jota Nascimento
Enviado por Jota Nascimento em 15/10/2014
Reeditado em 15/10/2014
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