O mesmo caminho
Os lençóis ficaram do mesmo modo
Desde a última vez que esteve aqui.
Te acompanhei até o ponto do ônibus
E só assisti você partir
Rompendo meu fim de tarde,
Tornando-o uma noite tão precoce
Até que virasse a curva que te levara da minha visão
E consumava o fato de que por enquanto
Teus caminhos eram outros,
Diferentes dos meus, longe de mim...
Mas estes versos soam tão tristes!...
Como um adeus!...
Mas a quem vou culpar
Se assim anda minha alma,
Ultimamente?...
Nebulosa,
Buscando uma luz ou razão
Pra essa escuridão, tão de repente...
E nem sei se algum dia encontrarei algo,
Mas só sei que em ti encontro calor,
Voz que me afaga,
Presença que me faz sorrir
E esquecer essa falta de sentido em tudo
Que me tem tirado de forma quase patológica
A inspiração
Ou qualquer vontade ânimo de escrever...
Então isso me tira dos versos tristes
E os torna versos de esperança,
Você...
E amanhã levanto tão cedo,
Arrumo os lençóis, sigo meu rumo
Que é o mesmo que te afastou de mim...
Amanhã sigo, o mesmo caminho
Indo logo atrás,
Pra te ver...
*Dedicado a F.
Rio, 16 de junho de 2014.