O mesmo caminho

Os lençóis ficaram do mesmo modo

Desde a última vez que esteve aqui.

Te acompanhei até o ponto do ônibus

E só assisti você partir

Rompendo meu fim de tarde,

Tornando-o uma noite tão precoce

Até que virasse a curva que te levara da minha visão

E consumava o fato de que por enquanto

Teus caminhos eram outros,

Diferentes dos meus, longe de mim...

Mas estes versos soam tão tristes!...

Como um adeus!...

Mas a quem vou culpar

Se assim anda minha alma,

Ultimamente?...

Nebulosa,

Buscando uma luz ou razão

Pra essa escuridão, tão de repente...

E nem sei se algum dia encontrarei algo,

Mas só sei que em ti encontro calor,

Voz que me afaga,

Presença que me faz sorrir

E esquecer essa falta de sentido em tudo

Que me tem tirado de forma quase patológica

A inspiração

Ou qualquer vontade ânimo de escrever...

Então isso me tira dos versos tristes

E os torna versos de esperança,

Você...

E amanhã levanto tão cedo,

Arrumo os lençóis, sigo meu rumo

Que é o mesmo que te afastou de mim...

Amanhã sigo, o mesmo caminho

Indo logo atrás,

Pra te ver...

*Dedicado a F.

Rio, 16 de junho de 2014.

Demetria
Enviado por Demetria em 18/10/2014
Código do texto: T5003578
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