Vazios Noturnos

Às vezes sinto-me perdido em vazios noturnos,

na ausência dos teus beijos,

teus fragrantes,

teus queixumes.

O cheiro da tua pele

tatuada à minha,

serpenteando o meu ser

tal e qual o abraço mortal

da anaconda, ante o prazer

alucinado de devorar sua presa.

Sem você,

a vida esqueceu de passar.

E depois dessa saudade imensa,

fecho os olhos, adormeço e

enlouqueço mergulhado

nos misteriosos sonhos libidinosos,

suavemente pintados de pecados

tão meus, tão teus, tão nossos.