JAMAIS DISSIPARÁS
JAMAIS DISSIPARÁS
Enquanto as nuvens dos céus escassos se esvaem no espaço...
Nos encontros esbarrados dos nevoeiros fulgidos,
Ainda vejo você no meu mundo,
Vestido de encantos, abrigado nos meus sentidos.
Naquele verso empoeirado na estante esquecido.
Nas cortinas dos tempos idos, no meu silencio consumido...
Nas asas do meu amor, no som da poesia que estala,
Na brasa ainda acesa do pensamento...
No sótão do coração embevecido.
Na multidão, nas ruas envelhecidas da imaginação...
Na calda de uma canção.
No exalar de uma palavra doce,
No embalo de um assovio triste...
Tu és a pálpebra de um sonho belo,
O grito da anunciação de tudo que é eterno,
O meu riso mais bonito...
A pronúncia exata da minha clave de sol,
As notas mágicas da música clássica,
O balouçar da fantasia em minha alma,
O meu ouro e minha prata...
A estação onde velo a fé,
O encanto que ainda não se desfez...
E que minha memória desenha,
A minha ave que viaja...
e sempre retorna,
A minha pátria.
Poesia Marisa Zenatte
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