PAI.
Olho o teu retrato já desbotado!
Oiço chopim, uma linda sinfonia,
Recordo momentos do passado,
Que quero reviver em cada dia.
Contigo nos longos dias de verão...
Como se o tempo não tivesse fim,
Com suor, da terras tiravas o pão,
Querias sempre o melhor p´ra mim.
Cresciam plantas sob o teu olhar,
Que tratavas sempre com carinho,
Alegria quando ias o trigo debulhar,
Eu, cavalgava no trilho carrinho.
Quando o dia da vindima chegava,
Grande alegria! Os cachos cortar,
No ar, doce cheiro que pairava,
Na adega, já o mosto a fermentar.
Tiravas da terra todo o sustento,
Com muito amor e grande maestria,
Lutavas sempre com muito alento,
Mesmo, se vinha a seca e não chovia.
Pai, contigo tudo da terra eu aprendi!
Com trabalho, dela podemos viver,
Olho teu retrato que ainda sorri,
Sabes que para ti estou a escrever.
LuVito.