Meu pé de aroeira
Era um menino meio branco, magro, rosto fino,
daqueles que parecem correr atrás de pipas avoadas que insistem em cair no telhado do vizinho mais bravo da rua,
Encontrou certo dia um pé de aroeira;
madeira firme e difícil de quebrar, dava ao menino boas espadas com seus galhos;
Então ele passou a bater no pé de aroeira para provar quanto suas espadas – ou a árvore – eram fortes;
Quanto mais o menino batia na árvore
mais a árvore ficava ali, quieta,
E uma seiva grossa, bruta, que mais parecia uma cola superbond, saia da árvore, cada dia mais machucada;
Depois de espancá-la afim de mostrar quem era a árvore e quem era o menino, ele se deitou a sombra dela e dormiu até a tarde, um sono pesado, coisa de menino.
A árvore preferiu não acordá-lo, ele estava muito cansado. Coisa de árvore.
Por André Alves Castro
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