NA VARANDA

Era para ser uma noite gloriosa,

mas, agora, é saudade...

uma memória vazia no tormentoso silêncio

de uma noite quente.

Tão tarde, aqui, da varanda,

meus olhos percorrem a rua,

na esperança de ver retornar teu corpo

que desfila em direção ao horizonte.

...

Era para ser um noite gloriosa,

mas, agora, só lençóis ao chão jogados;

no meu corpo, o perfume feminino impregnado,

embriagando-me com as doces lembranças

de tuas madeixas recaídas em meu peito;

na boca, ainda o sabor adocicado dos teus lábios,

agora levemente misturado com absinto;

no silêncio, os ecos daquela risada gostosa,

agora, abruptamente calada

pelo barulho dos teus saltos

lá no fim da estrada...

...

E eu, aqui, na varanda...