Cadê Fabiana?

Era madrugada

E o barulho da madrugada era surdo...

E o brilho da madrugada era desbotado...

E a minha boca na madrugada era amarga.

Meus olhos... Ah, os meus olhos...

Eles viram e não quiseram crer

Nos olhos cerrados que viram,

Nos lábios emudecidos...

Era madrugada

E a madrugada era pesada, cansada...

Tinha cores tão pálidas, sem vida,

Como o lilás que enfeitava seus lábios...

E o rosa, a cor da candura,

Na menina adormecida

Sob rendas brancas estendida,

Nas flores de cores sem vida.

De repente o sol despontou

Forte e aqueceu a terra...

Mas meu coração gelado, tremia.

Febril de dor; a borboleta criara asas

E procurava a imensidão...

Enquanto o casulo a escondia de mim.

Cadê Fabiana?