5 anos
Cinco meses me fizeram perceber
desde a ultima vez em que pude dizer
o quão brava eu estava com você -
eu queria contar
meus sonhos estranhos,
te ligar quando
nada era contemporâneo,
e adivinhar o que voce poderia
pensar ou esconder.
Eu caminhei um milhao de milhas
pra chegar na sua casa,
mas foi você por um tempo
quem morou na minha.
E eu demorei pra perceber
que você tinha se ajeitado em mim,
mas alugado outro lugar
sem volta ou fim.
Eu fiquei contando passaros
pra olhar outra vez,
e perguntar onde estaria meu amigo...
Fiquei um tempo na espreita
criando partes da vida -
a gente construía
pra compartilhar
como era engenharia -,
hoje a noite eu so busco
um gosto leve de alforria,
no meu buraco exposto
cheio de nostalgia.
E tanto aconteceu,
eu provei um pescoço
que cheirava ao seu,
meu DNA me envenenou
por terceiros viés da historia,
já tenho um novo receptor de memórias
que falhou no dia seguinte
do seu anuncio de partida.
Aprendi que as pessoas se despedem,
esperando ser um cumprimento
de um sonho em detrimento.
Morri algumas vezes de saudade,
mesmo assim nunca consegui
caber a essa palavra
um significado.
Talvez eu não soubesse mesmo
o que você significava,
mas eu devia suspeitar
que não seria pouco.
Já faz cinco anos
que conto contigo
pra olhos de sol
em olhos chuvosos,
agora foram cinco meses
de inverno no inferno.
E eu precisava queimar
outra vez pra parar de doer.
Eu costumava saber
as expressões que você faz,
eu sei qual foi
a última que fez,
pelo menos é no que gosto de acreditar...
Espero que você entenda
que tudo o que eu quero
é te ver bem,
mesmo que não nos vejamos ou falemos,
eu voltarei a cantar
desejando sua presença na platéia
pra me escutar.
Só queria que entendesse
o quão
clichê
altruísta
ridículo,
sincero é:
por menos que eu queira,
sempre vou estar aqui por você.