PUEROS/INOCENTES

Éramos “inocentes...” Hoje seríamos “bichas...”

Mas éramos tolos simplesmente

Perdedores conformados, sonhadores embriagados...

Às vezes campeões sem conquistas...

Queríamos ser contemplados...

Mas como ser encontrados sem deixar pistas?

Faltava-nos coragem para encontrá-las quando estavam longe,

Sobrava-nos medo quando estavam ao lado.

Tímidos, inábeis, inaptos para “caçar” na pista...

Hoje estão todos desinibidos, não há pudores, não há temor

Eles querem pegar, e não só jogar, uma “peladinha”

Elas ainda querem dançar, mas sozinhas...

Pulam a janela, pulam o muro e não mais “amarelinha”

Há inversão de ambos os lados, há um generalizado torpor

Dançar lentinho e coladinho era uma delícia

Desejo sem maldade, encontros sem malícia

Um beijo era a maior conquista, era o esplendor

E ainda continua sendo...

Ao menos nas lembranças de um saudosista

Descritas nestes versos simples para falar de amor.