PLATÔNICO
Estou em meio
A multidão de rostos
Vou tropeçando
E nesses sonhos loucos
Apalpo cada instante daqueles
Em que estivemos juntos.
Vou construindo
Meus líricos versos
Penso que assim
Posso sentir teu arfar.
Saudade posso sentir
Pois os sonhos de agora
São doces vagueações
Do que sonhamos outrora.
Rostos amáveis
Agora são vultos
Que se escondem na
Penumbra do esquecimento.
Se eu não te ver agora
Jamais verei outra vez
São dias demais
Que se desvaneceram
E dias de menos
Que terão que ser contados
Com muito zelo
Pois o tempo implacável
Encarrega-se sem piedade
De torná-lo mais e mais
Cada dia mais distantes.