Pelos meus caminhos

Dos anjos que não vi,

quando a noite se fez dia,

que pelos caminhos, me despedi,

como se fosse partir

para uma terra que eu não queria,

dos anjos que não vi

que não pude socorrer

nas tantas vidas dentro da vida,

nas tantas coisas por fazer,

fui aos poucos me rendendo, consciente

aos meus passos tão humanos

e que nem todos podem sonhar

esses sonhos diferentes

que às vezes sonhamos.

Dos anjos que eu não vi

nas minhas ocultas varandas,

nos meus invisíveis beirais

restou no coração a dor e a saudade

daqueles que um dia eu vi

mas que não voltam mais.

Dos seus acenos sobre a imensidão

dos meus dias e das minhas cinzas

restou- me essa cortina de céus sobre o coração

onde suas estrelas me iluminam - ainda.