Os Sinos Chorões

Ouve-se um badalar de sinos

Que pela tristeza da tarde voa,

Leva meus cantos de esperança,

Traz-me a fina, chorosa garoa.

Num badalar leve e compassado

Os sons da saudade sobem aos céus

Levam meu amor, trazem a desgraça

Que vem repousar nos braços meus.

Ai!...Quisera a piedade de Deus

Que essa voz a simbolizar meus

Padecimentos,fosse-me a alma

Que com ela subisse aos céus.

A morte ao carpir esta flor

Não só de meu peito roubou

A veneração do amor.

Roubou-me também a alegria

Dos prados em flor a magia

Dos dias a graça e o frescor.

Embalam nas copas, nos ninhos

Um triste canto os passarinhos

Afinam com o meu pesar.

Tudo chora, os sinos tangem,

Seus sons de dor frangem,

Eu vergo de solidão.