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Faço daqui meu diário
Meu refugio de poemas ruins
Pois com isso liberto um pedaço de mim
Aquele pedaço que fica trancado
Incomodado e sufocado
Então mesmo que com palavras repetidas
Palavras frias ou cumpridas
Eu esvazio um pouco do meu pensamento
Deixa um espaço aberto para viver momentos
Tinha da rotina algo diferente
Pois contava os dias para lhe ver novamente
Sendo sábados de madrugada caminhando pela maior avenida
Ou compartilhando livros, experiências e bebida
Aqui nesse diário de poemas ruins
É que eu consigo deixar um pouco do que me preocupa
Do que me tira o sono
E às vezes faz até doer minha nuca
Não sei se pensa em mim
Ou se simplesmente já se esqueceu do fim
Às vezes fico ansioso esperando a notificação
Mas a tela do meu celular ainda continua apagada com nuanças
Sei que precisa ficar sozinha
Assim como eu também preciso
Mas ainda toma conta de mim a duvida no pé do ouvido
Estou em fase de mudança
Para que eu possa ser alguém melhor
Para mim de verdade como você já sabe de cór
Me sinto com medo de achar que sou tolo
Que sou um romântico esperançoso
Um lunático segurando flores
Mesmo que menores
Mas eu sou assim
Sempre fui e isso não quero mudar
Gosto de acreditar mesmo quando as falhas falam mais alto
Do que qualquer som ecoado no meu espaço
Eu acho
Que ainda temos chance
Mas aqui no meu diário de poemas ruins
Eu escrevi
Tantos versos curvados a ti
Que nem eu mesmo revi e li
Mas gosto de fazer isso
Mesmo que ninguém veja
Mesmo que ninguém entenda
Isso esvazia um pouco daquilo que me tormenta
É como uma sub conversa com Deus
E as letrinhas miúdas unidas formam aquilo que tenho meu
Não posso lhe pedir para voltar
Muito menos forçar nada
Mas estou deixando o tempo dizer
O que posso e devo fazer o que nos falta
Sem questionar muito
Ainda lhe observo de longe, em um canto escuro
Pois mesmo com tudo
Seu sorriso ainda derruba os muros da minha caixa que eu costumava chamar de mundo