Tempo, tempo, tempo...

O tempo é tão cruel ao ponto de dividir – se

Tão ferozmente em horas, minutos e segundos,

Tão terríveis a quem espera,

Tão efêmeros a quem os vive.

A ampulheta deixa os grãos escaparem um a um

Quando se espera que desçam escorregando pelo corrimão,

Os retém com a mão pesada que o acompanha,

Um a um se vão então.

Na esperança de segurar os minúsculos grãos com as mãos

Invertem a ampulheta para impedir seu derrame

E feito água de chuva em rio seco logo se espalham ferozmente,

Deixando o desejo latente de um quero mais.

O tempo é tão cruel ao ponto de dividir – se

Tão ferozmente em horas, minutos e segundos.

Fábio 23-11-2012