PRECIPÍCIO
Eu, colibri,
Podendo em cada flor beijar
O mel
Orvalho de lábios frios
O mar
Rebento dos olhos meus...
Teimoso colibri
Arredio
Querendo o mais além do que é seu.
Eu, colibri,
Solitário em suplício
Sobrevoando a flor mais difícil
De se beijar...
Flor de espinhos na carne
Que pra não se tornar alvo em exercício
Brotara à revelia
Num íngreme escarpado
Impenetrável
Precipício!