Soneto à um Amigo

Vejo ainda com nitidez a lembrança

Da bela manhã em que o sol prevaleceu

Dentre escombros, ao canto, apareceu

Fazendo reluzir tão pequena presença

Ossuda amálgama de areia e descrença

Cambaleante silhueta a erguer d'entre o breu

A face esquálida que muy padeceu

Mas nutrindo ainda brutal esperança

Achou-se ela entre Almas enternecidas

Aninhando-se às mãos oferecidas

E seu som - o ronronar - alto a fluir

Agora - ausente! - traz à glote o bolo

Incrustando n'alma atroz desconsolo

Dum abrupto, prematuro e cruel partir.

Fidem Christi
Enviado por Fidem Christi em 22/04/2017
Código do texto: T5977696
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