Soneto à um Amigo
Vejo ainda com nitidez a lembrança
Da bela manhã em que o sol prevaleceu
Dentre escombros, ao canto, apareceu
Fazendo reluzir tão pequena presença
Ossuda amálgama de areia e descrença
Cambaleante silhueta a erguer d'entre o breu
A face esquálida que muy padeceu
Mas nutrindo ainda brutal esperança
Achou-se ela entre Almas enternecidas
Aninhando-se às mãos oferecidas
E seu som - o ronronar - alto a fluir
Agora - ausente! - traz à glote o bolo
Incrustando n'alma atroz desconsolo
Dum abrupto, prematuro e cruel partir.