De mãos dadas com a despedida…  

Segura minhas mãos neste tempo de silêncio, em que passamos juntos, num pequeno momento de quietude, onde palavras não têm valor, mas sim um simples olhar profundo e fixo em direção à nossa alma, ao nosso coração que está batendo lentamente, como quem espera pelo momento de sair correndo sem rumo e direção. 

Momento de silêncio e medo, de se afastar deste tempo de profunda relação, que nos fez sentir um só respiro, uma só canção, um só pensar, e um tempo único onde o respirar se misturou com o sentir e junto se transformaram em um suspiro profundo. 

Mãos que seguram-se em um último tempo, que se deixam prender apenas pela lembrança que se transforma em uma história, profunda e fundamentada em um tempo de pura paixão e amor. 

A despedida de um tempo que já faz parte da lembrança, nos faz adentrar por um portal que nos leva ao país dos sonhos e dos desejos interrompidos, onde os bons momentos agora teimam em desfilar pela passarela da nossa lembrança, como que provocando nosso eu a percorrer um labirinto a procura de uma saída. 

No labirinto da saudade as portas se fecham de forma transparente, pois podemos ver nossos desejos como que uma realidade reluzente.