Em branco e preto

A tarde era domingo...

A rua Sofrônio Portela, estreita,

de casas modestas, descansava do marasmo

e da sua calmaria.

De um alpendre, sombras antigas

ruminavam as coisas daqueles dias

e falavam do rio Jaboatão, que de vez em quando,

banhava aquela rua e os seus quintais...

De outros alpendres, cadeiras de balanço

balançavam monotonias, no mesmo ritmo.

Dona Maria Elisa, meiga, doce, solitária,

abriu a janela, me cumprimentou

e voltou a se embalar

daquela tarde vazia

e dos retratos nas paredes

como faziam seus mortos antigamente,

em branco e preto...