MÃE

Lúcio astrê

Mãe, eu nunca fiz um poema para você,

Perdoe-me, mas eu nunca consegui expressar,

Numa simples folha de papel,

Todo o meu amor e toda a minha gratidão.

Eu peço perdão a você mãe,

Por nunca ter feito um poema para você.

Um poema para expressar e dizer,

Que você foi muito importante na minha vida.

Que você abdicou de muitas coisas,

Para que eu tivesse muitas coisas,

Para que eu fosse feliz,

Que eu fui a razão de sua existência.

Mãe, quando você se foi,

Eu ainda era muito jovem;

E quanta falta você me fez e faz até hoje,

Falta do seu carinho, do seu aconchego.

Mãe, eu sei que lá do alto onde estás,

Junto com o “velho”, ambos estão a olhar por mim,

Sinto as suas presenças,

Me protegendo e me guiando pela vida.

Ainda me lembro muito bem,

Daquele dia fatídico em que tu te fostes,

Chamando pelo meu nome,

Mesmo morrendo e se preocupando comigo.

Chamando por mim e eu sem poder fazer nada,

Só te olhando e querendo que você ficasse.

Jovem ainda, não entendia o significado da morte.

Era o primeiro golpe que a vida me dava.

E depois mãe, muitos outros golpes vieram,

Perdi amigos, amores, irmãos, parentes queridos,

Sofri dores terríveis com tantas perdas.

Mas nunca me esqueci de você mãe.

Mãe, que me aqueceu nas noites frias,

Que esquentou com seu corpo as minhas vestes,

Nas manhãs frias de inverno.

Que me tratava como um rei, o seu rei.

Que machucava a minha comida,

Para que eu não me cansasse mastigando.

Que olhava as minhas orelhas e unhas,

Para ver se estavam limpas.

Que me mandava para a escola,

Sempre com um dinheirinho,

Para a minha merenda,

Mesmo tendo merenda de graça na escola.

Mãe que não conseguia ser severa,

Mesmo fechando o rosto,

Como se estivesse zangada,

Mas que logo-logo me abraçava.

Que me deu saber e hombridade,

Que me fez ser o que sou hoje,

Que foi tão paciente,

Que foi tão bondosa.

Mãe, eu nunca fiz um poema para você.

E hoje, lembrando de você,

Quis fazer um poema com rima e métrica,

Mas não consegui...

Mas o que aqui está posto,

É o reconhecimento de um filho,

Que te amou e ama por demais,

E que sente muitas saudades.

Beijos mãe...

Fica na paz Celestial.

E olha aqui na terra,

Por esse teu filho.

Lúcio Astrê
Enviado por Lúcio Astrê em 20/08/2007
Código do texto: T616381
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