Meus Mortos
Às vezes,
parece que vejo
meus mortos
em alguma
desconhecida rua,
andando distraída;
ou refletidos cativos,
numa vitrina;
ou numa janela,
atrás de uma cortina
a voejar...
Vejo-os
num canto
de uma casa vazia,
ou num jardim,
escondidos...
Às vezes,
suas vozes
parecem murmurar
dentro de mim
seus nomes ausentes...
É aí que vem
esta saudade
pungente
que teima
em não me deixar...
Reviro
a minha memória
andarilha
e eles voltam,
como parte
de uma história
insepulta
que eu gosto de lembrar...