O SILÊNCIO EM SEU CARNAVAL

É de noite onde o silêncio faz seu maior barulho,

Gemendo como animal nos dentes de um leão,

Agonizando em seus suspiros,

Nessa noite que insiste em não acabar.

É de noite onde os espelhos incomodam a alma,

E o reflexo parece martelar com seu olhar,

O mundo parece tao grande,

Quanto a cama que está vazia.

Eu não posso te prender, mas quero,

Eu não posso o tempo adiantar, mas quero,

Eu não posso mais estar sozinho, e qual minha opção,

Se você sabe de tudo isso, mas parece ignorar.

Eu estou caminhando pela penumbra,

Onde a luz do corredor não pode me alcançar,

Eu estou desejando o sono mais violento,

Para fugir do pensamento enquanto estou a sonhar.

Eu respiro baixinho para não assustar meu pranto,

Eu respiro lento para o peito não cansar,

E os segundos escorrem por um ralo entupido,

Parece que o tempo não passa…

É de noite que o silêncio faz seu carnaval,

É de noite que não distingo meu bem, meu mal,

É de noite que me entrego a essa cama vazia,

Suplicando que o tempo não rasgue mais minha pele enquanto estou a esperar.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 21/08/2018
Código do texto: T6426042
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