LIBERDADE

“Ciranda cirandinha

vamos todos cirandar”

As crianças a brincar

Não sentem o tempo passar.

Sequer um sonho a sonhar.

Nem uma escola por esmola.

Os dias vão, meses e anos voam.

Ler e escrever...

Martírios juntos.

E as crianças continuam,

Serelepes a brincar;

nadar, correr e cirandar.

E de repente,

o futuro.

Um futuro...

fragilizado,

destruturado;

impensado pelo passado.

E de repente:

Uma saudade.

Mais do que uma

mil saudades/

Saudades mil;

da infância

sempre festiva;

da infância

sem a violência

violência das drogas.

Das desigualdades sociais;

Das prisões... Justas

ou injustas.

A recordação da minha

criancice me faz bem.

Saudade do lugarejo

que me viu nascer,

crescer e partir.

Deixei o meu rio

de águas claras e

transparentes...

Rio Branco.

Para um rio de águas

escuras e poluídas,

Rio de Janeiro

a Cidade Maravilhosa

Onde vivo e convivo.

Prisioneira da correria.

Da obediência ao tic-tac

do relógio;

do avanço tecnológico.

Horário do trabalho.

do estudo das crianças,

o trancar de portas e janelas

Prisioneira no próprio lar.

E é por isto que tenho saudade

do lugarejo

que me viu nascer,

que me viu crescer.

Saudade

da minha

Liberdade.

Ataliba Campos Lima

1,3/03/2007

Apoio Cultural www.jornalnovafronteira.com.br

Ataliba
Enviado por Ataliba em 16/09/2007
Reeditado em 24/11/2007
Código do texto: T655022