AO MEU FILHO

Às vezes nem sei o porquê escrevo tanto,

Saudade,desespero,desabafo...ou solidão?

Não sei...talvez para calar o pranto,

Ou deixar gritar alto esta dor do meu coração.

Escrevo,e escrevendo sinto-me realizada,

Na saudade louca sinto você ao meu lado,

Sua mão acariciando-me, suave e delicada,

E seu sorriso penetrante, agradecido e improvisado.

Escrevo,e escrevendo esqueço um pouco a tristeza,

Sentindo seu olhar, tão meigo e carinhoso,

Encontro então a força; se apaga o desespero, a fraqueza,

E vem a fé, a esperança , magia e sonho misterioso.

Escrevo e escrevendo encontro domínio, coragem,

Não posso vê-lo, mas sinto que pode me ver,

Ler minhas palavras, doce e suave mensagem,

Deste meu infinito amor...eterno querer.

Escrevo e escrevendo o seu olhar me aquece,

Como o próprio sol; já não consegue aquecer,

O seu perfume me faz sonhar,me enlouquece,

De carinho e felicidade...breve instante de viver.

Escrevo e escrevendo consigo sentir seu sorriso,

Consigo suportar a dor da perda,por breves instantes,

Consigo viver,mesmo rapidamente, de improviso,

Até que a solidão e a saudade cheguem, indiferentes e incessantes.

Escrevo e escrevendo nem sei o porquê escrevo tanto,

Se a saudade logo chega e faz o sonho acabar,

Mas mesmo assim no entanto,

Escrevo, pois escrevendo sinto a vida continuar...

Vilma Eugenio
Enviado por Vilma Eugenio em 24/09/2007
Código do texto: T665622
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