Do meu espírito infantil ao meu eterno irmão:Bruno.

Doravante terei fome

da lembrança e não dos doces

da infância que acabou-se;

devorarei a saudade

Antes, fui uma das flores,

hoje cultivo horrores

com a mesma intensidade.

O mundo há de remoçar-se,

ele o faz a cada instante

e a cada iniciante

dá uma efêmera persistência

que os pérfidos dias calcinam

e friamente nos ensinam

a viver de reminiscências.

Não mais a face sublime

e a admirável destreza que,

de encantos por natureza,

destronavam a bela aurora.

Saudades ressoam, amigo,

levaram meus astros contigo

e limitaram-te à memória.

Levaram-te a força, o sopro,

escupiram meu rosto lugente

e os dias vazios, pungentes

nada mais são que um espelho.

O tempo lustra a ausência

da minha criança, inocência

que brincava entre os loureiros.

Hoje o bosque é lamacento,

e o meu presente igualmente,

vejo que os lótus mentem,

omitem a sequidão.

Eu sinto: já vou encontrá-lo!

Trêmulo e feliz disparo,

para o fim da murmuração...

Brianna Gordon
Enviado por Brianna Gordon em 25/09/2007
Reeditado em 09/10/2007
Código do texto: T667422