Natal Noturno

Natal Noturno (quase Natal)

a Clowis Dias Cardoso

(in memorian)

O Nascimento da pequena luz o encontrou solitário

Sobre terras estranhas, secas,

Sem emoção.

Onde todas as tristezas se encontravam,

Formando entre si um foco desesperado,

Nada o faria acreditar

Que algo no seu universo poderia ser mudado.

Daquele ponto emergiu o mar,

Aquele canto,

O som fúnebre dos ventos.

Rompendo do céu, atingiu o Mundo,

O sentimento único,

Cultivando o inesperado,

Nas almas perdidas e profundas,

Anjo caído,

Divino,

O Horizonte se abriu ao seu passar,

O Infinito desvaneceu as trevas ao seu pedir,

E tudo pareceu pedir-lhe perdão.

Só que a vida se retirara para sempre.

Era tarde, quase anoitecendo o coração.

Quem sabe numa nova dimensão;

Num encontro capital do ser com o espírito humano,

Aconteça o verdadeiro Natal.

Marise Cardoso Lomba
Enviado por Marise Cardoso Lomba em 17/10/2007
Código do texto: T698703
Classificação de conteúdo: seguro