DA PROA AO CONVÉS
Ai! que saudade que eu tenho,
daquele perfume gostoso,
daquele beijo amoroso,
daquele abraço apertado.
Ai! que saudade que eu tenho,
daquela menina sapeca,
daquele seu jeito moleca,
subindo no alambrado.
Ai! que saudade que eu tenho,
daquele assovio estridente,
com dois dedos entre os dentes,
que hoje não ouço mais.
Ai! que saudade que eu tenho,
Daqueles jogos de cartas,
E daquela mesa farta,
Lá na casa de seus pais.
Ai! que saudade que eu tenho,
daquela conversa gostosa,
De ver-te toda dengosa,
Quando massageava os seus pés.
Ai! que saudade que eu tenho,
daquele amor diferente,
que fazia a alegria da gente,
da proa até o convés.