As Asas da Saudade

Nas lembranças do tempo

Havia uma criança que sonhava ter asas

E com elas voar

Sobre toda a amargura de uma vida,

Era tudo tão mágico e real

Que as asas da fantasia

Permaneciam como algo transcendente,

Algo que só ele via e resguardava no silêncio.

Ainda hoje ele viaja,

Enquanto toda a gente sonha, ele realiza.

Destemido, sobrevoa oceanos, vales, montanhas

E na penumbra da noite,

Banhado pela lua,

Acariciado pelas estrelas,

Invade o mais pequeno dos espaços,

Contemplando o maior dos sentimentos.

Com os olhos cravejados de lágrimas,

Não de dor, mas sim de pura alegria,

Acaricia a face da sua amada,

Sussurra-lhe palavras

Que aos olhos de quem nunca sofreu por amor,

Mais não parecem

Do que uma junção de letras complexas, desconexas,

Mas ali, naquele momento,

Naquele silêncio angustiante,

Tenta preencher o vazio com palavras,

que contemplam a saudade que sente,

A doçura daquele anjo dormindo

Prova-lhe mais uma vez

que um sonho, quando dividido,

deixa de ser impossível