" BOM MESMO ERA O PASSADO ".

Bom mesmo era o passado!

Lá nem tinha celular,

Tomando o tempo da gente.

Lá se amava a natureza,

Tinha-se paz com certeza,

O sol era menos quente!

Bom mesmo era o passado!

Lá se amava de verdade,

Não é como vejo agora.

Que se foi-se os casamentos,

Hoje ninguém tem mais tempo,

O tempo bom foi-se embora!

Bom mesmo era o passado!

O povo era mais amigo,

Se sorria de alegria.

Lá as nossas amizades,

Eram sinceras de verdade,

Diferente de hoje em dia!

Bom mesmo era o passado!

Lá ninguém tinha vaidade,

Vivia-se simplesmente.

Em volta do fogão a lenha,

Casais faziam resenhas,

Sempre a sorrir livremente!

Bom mesmo era o passado!

Das cartilhas e as tabuadas,

Lá não tinham esses tormentos.

Das quermesses e fogueiras,

Lá ninguém tinha canseira,

Tudo simples sem inventos!

Bom mesmo era o passado!

O ki chute era a chuteira,

Lá onde Gonzaga era o rei.

As alpargatas eram de couro,

Os dentes eram de ouro,

No lugar que me criei!

Bom mesmo era o passado!

Lá todo mundo era ouvido,

Ninguém pensava em grandeza.

A palavras era o que valia.

Promissória nem existia,

Ninguém usava de esperteza.

Bom mesmo era o passado!

Muitos nem viam o dinheiro,

Nem se tinha talão de cheque.

Trocava-se as mercadorias,

Só os ricos quem possuía,

Um moderno calhambeque!

Bom mesmo era o passado,

Lá tinha a roupa passada,

Branco lavado com anil!

Sem caixa d’água e chuveiro,

Lá o banho verdadeiro,

Era mergulhando no rio!

Bom mesmo era o passado!

Sem drogas e poluição,

Lá não tinha essa baderna.

Supermercado era a venda,

E o tecido era fazenda,

E o pão era da taberna!

Bom mesmo era o passado!

Sem greves e sem queimadas,

Lá tudo era ao natural.

Onde as donzelas na varanda,

Cabelos cheirando a lavanda,

E o leite era no curral.

Bom mesmo era o passado!

Era simples o palavreado,

Bailes no terrão batido.

Mulher só cuidava de casa,

Milho era assado na brasa,

Tinha menos mais bandidos!

Bom mesmo era o passado!

Lá era em fogão a lenha,

Sem o tal fogão a gás.

Buscava-se água na bica,

Hoje a coisa se complica,

Nem lenhas existe mais!

Bom mesmo era o passado!

Lá o cofre era uma botija,

Sem medo de ser roubado.

Diferente do momento,

Onde a vida é um tormento,

Hoje se vive enjaulado!

Bom mesmo era o passado!

Tempo de homens corajosos,

Que não corriam com medo.

Sem frangotes como agora,

Bateu-se o pé cabra chora,

Sem ensaiar os enredos.

Bom mesmo era o passado,

A época do mundo amigo,

Tempo que se tinha paz.

Lá tudo era combinado,

Todos eram assim tratados,

Coisas que não vemos mais!

Bom mesmo era o passado!

Que se conhecia os vizinhos,

Filhos não alteravam a voz,

Das conversas nas varandas.

Dos terreiros e das cirandas,

Das tranças e dos caracóis!

Bom mesmo era o passado,

Sem tantas parafernagens,

Como vemos nesse tempo.

Lá os pais davam as cartas,

Sem as diversões baratas,

Como se ver no momento!

Bom mesmo era o passado,

Tudo era simples e singelo,

De homens sem ambição.

Hoje tudo é uma loucura,

A paz tornou-se amargura,

E o lar se tornou prisão!

Bom mesmo era o passado!

Tem saudade quem viveu,

Os tempos de sã Harmonia.

Hoje a vida é só fachada,

Não há amor em mais nada,

Nem na própria família!

Bom mesmo era o passado!

Mesmo que não volte mais,

Bate no peito a saudade.

Se eu pudesse eu voltaria,

Viver o resto de meus dias,

Para enfim morrer em paz!

Cosme B Araujo.

16/06/2022.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 16/06/2022
Código do texto: T7538912
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