Saudade

Amor este, amor, que por ti tenho

Placidamente, ante brumas cinzas

Chuvas e lágrimas no canto criam

Muda de flor pétrea em desalinho

E não me tens nada de graça, nada

Com muito ardor – uma dor n´alma

Tenho o centro do ser em desgraça

Outrora o tinha em efusiva calma

A flor pétrea ao céu um grito exala

Num cálice branco de alma triunfal

O líquido divino chora, sofre, cala

Instando amor, amor puro, eternal

Fica a utopia, um sempre sonho da morte

Ainda que a indelével esperança se prostre

A tristeza é uma nuvem irascível e pobre

Afável sua beleza e sombria minha sorte