Poeta Popular

(para Geraldo França)

 

 

Sou um privilegiado

afortunado do destino,

pois quis os deuses da poesia,

ante a tantos desatinos,

fazer com que um trovador

cruzasse o meu caminho.

 

Seu nome era Geraldo França

e por não ter o que fazer,

escrevia pra ser amado

e amava para escrever,

só fazia versos por gostar

nunca para aborrecer.

 

Lembro dele na Academia

e no sarau da Pedra Bonita,

na Casa dos Livros, em plena pandemia,

confraternizando com alegria.

Nosso último encontro foi em Matozinhos,

Sarau das Estações, muita chuva e poesia.

 

Esse poeta popular

que entoava versos nos saraus,

me deixou lembranças muitas

e hoje é difícil dar o tchau,

mas essa roda de poetas me faz esperançar,

a poesia do Geraldo, não morre nem a pau.

 

Um cantador errante e frágil,

espalhando seu cordel

nos assombrou com a sua arte,

a palavra foi seu pincel,

e por ser tão encantador

encantou-se e foi pro céu.

 

 

Imagem: Arquivo pessoal

Jefferson Lima
Enviado por Jefferson Lima em 18/03/2023
Código do texto: T7742900
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