Simplicidade.
Simplicidade é o que não cabe
Na lista que define tudo
Que se perde ou se conquista
Com pequenos passos
Simplesmente quando não existe
Ou não se pode definir
Qual palavra
Um dia há de fazer melhor sentido
É o ruido do silêncio
É uma fogueira com fumaça
Caminhar em passos lentos
O ponteiro dos segundos
Que, ligeiramente
Vai levando a gente pra distante
Fazer o que sempre fez
E não perceber
Que aquela era a última vez
É a água da chuva a fazer sinfonia
O primeiro raio da manhã
Sorriso costumeiro
Ligeiro segredo
Medo bobo e sem razão
Alguma coisa que não precisava
Que, de simples que era
Ninguém percebeu
O quanto era preciso
Simplicidade é o abundante
É tudo que nunca se acaba
Quando não se vê que sim
Um instante que passou despercebido
E que, no fim
Deixa tudo complicado
Por ninguém ter visto antes
Que era assim
É a hora em que o sorriso ri
Sorri, desavisado
Palavra bendita
Mas o coração não escuta
Semente que germina, diminuta
À hora do almoço, a mesa posta
Conversas e gente
Que gosta e não gosta
A quase certeza, absoluta
Simplicidade é, de repente
Olhar pros lados
Perceber
Estava tudo sempre tão presente
Mas agora era passado
É o momento em que o sorriso chora
Tem horas na vida
Destinadas a serem as últimas
Talvez, por isso, desatentas
Diante das nossas vistas
Lágrima que te conquista
Com pequenos passos.
Edson Ricardo Paiva.