Saudade não mata a gente
De saudades não se morre!
De saudades se escorre
feito sorvete que derrete
ao calor das mãos e lábios
de quem lentamente o sorve
De saudades se desvela
se desperta os sentimentos
esquece-se de viver
apenas sofre-se em lamentos
mas nunca se chega a morrer
De saudades se vive apertado
feito nó em gravata bem dado
na garganta um espinho encravado
esperando essa hora bendita
em que se mata(ela), a dorida
Saudade não mata a gente
saudade não trás dissabor
é dor que deveras se sente
quem um dia perdeu-se em vida
quem um dia perdeu-se de amor.