IDIOMA DO MEU PEITO

Caymmi dizia numa canção:

“É doce morrer no mar

Nas ondas verdes do mar...”

Meus olhos viram um mar

Ao som doce do violão

A voz de Clara Nunes ressoa

Meu coração revira de saudades.

Notícias chegam.

Algures alguém retorna.

Meu peito bate descompassado

Olhos afogados

Em lágrima de saudade

Eu nem pude tocar-te

Mas de onde estou enviei-te carinhos

Secretos

Em português diz-se saudade

Nenhuma língua pode traduzir

O idioma do meu peito cansado

Sem versos

Sem jeito

Sigo

Pensando em ti

E sonhei perdida

Acariciando teus cabelos

Deslizando nas notas do teu corpo

Querendo

Cuidar do amor

Que quase morre de inanição

E desperta sonâmbulo

Pelas letras que chegam

Porque tanto amor

Para escorrer na vereda erma

Como se fora vala comum

Como se não fora bom e belo

Amar por amar

E dar sentido ao que não se espera

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 29/12/2007
Reeditado em 30/12/2007
Código do texto: T796279