Um Tempo de Felicidade

Houve um tempo em que

Podia estrear um vestido novo

Caminhar pela manhã de domingo

De mãos dadas com sonhos tão puros

Escrever uma carta de amor

Era tão bom... Pensar no futuro

E as flores?

Eram mais belas

Mais raras

Mais puras

Não haviam inseticidas

Em nenhuma delas

E as canções?

Eram de sonhos

De paz

E amor

Não faziam apelos

Ao corpo

Falavam do corpo

Superior

A alma...

E as crianças?

Eram tão inocentes

Acreditavam

Em Papai Noel

E nos contos de fadas

Não eram

Consumistas desenfreadas

E o amor?

O amor era tão especial

Não tinha preço

Não era ambicioso

Era singelo

Bem mais sincero

Que os amores

Que hoje, quase

Se compram ou se

Vendem a prestação.

(Sirlei L. Passolongo)

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