Saudade
Eu tenho saudades de uma amizade que não tinha eira nem beira,
Vivíamos numa eterna cena de alegria e fantasia.
Uma cena que não tinha divisão de atos, eram simplesmente fatos.
Não éramos atores, éramos verdadeiros.
Na verdade, num triste dia eu faltei com a verdade,
Uma única vez,
Pra perder seu sorriso,
Pra não ter outra vez.
A mentira que nos desuniu, foi a cegueira que me partiu,
Destruiu a imagem que eu tinha, e que ela tinha.
Do verdadeiro, da personalidade e da liderança.
Eu, fraco, submisso às mentiras que nos afastou,
Me escondia no medo sonhando se já me perdoou.
Sua sinceridade e verdade a levaram ao longe,
A distância...
A distância,
Desfez a alegria de cantar Balão Mágico abraçados num bar,
Desfez a ciranda, o balé e a banda.
Ainda lembro das frases ao gênio da lâmpada,
Que tão verdadeiras, são mais que lembrança.
Retomando ao tempo de criança,
Mas juntas rezando ao pé da cama,
A fé... Perdoa minhas ofensas,
Como perdoei a cegueira que me afastou deste amigo,
Não nos deixei longe mais não,
E livrai-nos do mal.
Amém.