"SARDADE DI CAIPIRA"

SARDADE DI CAIPIRA

Sardade é uma coiza danada

Qui corta qui nem navaia;

Mi incomoda o dia intero

Mai judia mermo di madrugada!

Bebê cachaça num faiz a sardade sumí

Mai ajuda a isquecê a amada;

As veiz inté atrapaia nóis,

Mai dá uma aligria disgramada!

Viola é um troço bão

I imbora qui már tocada

Intrete nóis di veiz in quandu

I alivia as dô marvada!

Cigarro di paia num é bão num é nada

Uns inté diz qui mata,

Mai mi dá uma paz arretada

É quandu eu dô umas baforada

Cabocro caipira quandu ama

É qui nem boi na invernada,

Sofre calado i nem fala

Cum sardade da amada!

Os poco istudo qui ele tem

Num ajuda in quasi nada

A iscrevê im verço i proza

Os biête pra namorada

Iscondê o amô num é difícir num é nada

Difícir é falá qui ama ela...

Ele arrudeia, discunverça, dá uma inrolada,

Fala baxinhu nos uvido dela

I sai correnu in disparada

Corassão véio qui bate nos peito feito batucada

Já sintiu di tudo nessa vida:

Aligria, tristeza, amô di amada...

Agora veve batenu fraquinhu

Só sente solidão, sardade i mais nada!!!

Francisco Monteiro
Enviado por Francisco Monteiro em 24/02/2008
Código do texto: T873776
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